Quanto mais caminho pelo campus de Manguinhos, mais eu conheço seus recantos, encantos, suas ruas, seus detalhes escondidos em lugares aprazíveis para se deixar levar pelo tempo e pelo olhar. Eu tenho o íntimo desejo de percorrer todos os pavilhões espalhados pelos 800 mil metros quadrados de verde e concreto que formam nosso campus.
Eu sou um sujeito de sorte. Meu trabalho, na assessoria de comunicação da Cogepe, permite que eu circule por diferentes locais. Este ano, por exemplo, eu entrei literalmente em uma gelada dentro da câmara fria de armazenamento dos testes da Covid-19, em Bio. Eu estive também no canteiro de obras do Centro Hospitalar. Experiências impactantes que serão combustíveis para contar futuras histórias vivenciadas no período da pandemia.
Mas há os refúgios que descobrimos por acaso, em uma caminhada despretensiosa na hora do almoço. Esta semana aconteceu comigo. Pela primeira vez em oito anos, eu andei por uma trilha cercada de árvores, paralela à ladeira de acesso ao castelo. O caminho, praticamente um bosque, estava ali o tempo todo, bem na minha frente, mas imperceptível ao meu olhar desatento e andar apressado. Precisamos acionar mais os freios das nossas pernas, aguçar a visão, nos deixarmos levar pelos sons que guiam os caminhantes por esses presentes da natureza espraiados pelo campus.
Por falar em descobrir caminhos, não faz muito tempo, eu atravessei pela primeira vez o Caminho de Oswaldo. Seu bucolismo digno de poesia arcadista é inspirador e indico a todos como um empolgante exercício matinal, em especial para quem desce dos ônibus fretados, na orla da Fiocruz. Que sorte tem Oswaldo Cruz em ter um caminho para chamar de seu. Nos muitos Caminhos de Eduardo trilhados por mim em Manguinhos, também fiz descobertas, que se não salvaram nosso país, me libertaram da mesmice cotidiana e me encheram de orgulho em pertencer a este especial lugar. Aquele velho orgulho que gostamos de compartilhar por aí.
A crônica está chegando ao seu final e ainda não disse o seu propósito, a que ela se destina. Este texto tem somente um objetivo, fazer um convite a você, colega, para sair da sala de trabalho, escolher um destino ao acaso ou mesmo se deixar levar ao sopro da brisa que remexe o arvoredo. Conheça o campus de Manguinhos e saberá que existem muitas Fiocruz dentro da Fiocruz. Autor: Eduardo Müller (Ascom/Cogepe)
Comments